Caso Miguel: Em protesto, Mirtes, familiares e amigos cobram denúncia e atenção do MPPE
- Oxente PB
- 13 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Grupo seguiu até o prédio do MPPE pedindo justiça no caso Miguel

Foto: Leandro de Santana/Esp. DP
Familiares do menino Miguel Otávio e ativistas realizaram uma manifestação, na manhã desta segunda-feira (13), no centro do Recife, para pedir justiça e atenção ao caso da morte da criança, ocorrida em 2 de junho, e cobrar que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denuncie a primeira-dama de Tamandaré, Sarí Corte Real, ao Poder Judiciário. A mulher foi indiciada pela Polícia Civil por abandono de incapaz com resultado morte, por Miguel estar sob seus cuidados temporários no momento em que caiu do prédio onde ela morava.
A concentração do protesto foi na Praça da República, no bairro de São José, em frente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). De lá, o grupo saiu em passeata até o Edifício Paulo Cavalcanti, na Avenida Visconde de Suassuna, em Santo Amaro. O local abriga as promotorias de Justiça do MPPE na capital. Nas mãos dos manifestantes, cartazes e faixas cobravam justiça, com frases como “Justiça por Miguel” e “Abandono também é crime”.
Um carro de som acompanhou o ato. No microfone, a mãe de Miguel, a doméstica Mirtes Renata, desabafou: “Eu quero apenas justiça pela morte do meu único filho. Aquela assassina, Sarí Corte Real, não acabou só com a vida dele. Acabou com a minha e a de minha família. Aquilo é um monstro. Tem que estar presa atrás das grades. Se fosse eu, estaria presa desde o primeiro dia. Eu não tenho R$ 20 mil para pagar de fiança. Tem que acabar com isso. A lei tem que ser igual para todos”.
A avó de Miguel, Marta Souza, espera que o caso não seja arquivado. “É muito difícil que seja, mas se acontecer. vamos recorrer e lutar até o fim. Se os direitos são iguais, a justiça tem que ser para todos, independentemente do status. Miguel era uma criança que foi deixada sozinha dentro do elevador por uma irresponsável que só se importava com as próprias unhas”, disse.
Mais cedo, o MPPE explicou que “por meio da Central de Inquéritos da Capital, já realizou a distribuição do inquérito para apreciação do promotor de Justiça responsável”, sem, contudo, informar o nome dele. “Há o compromisso de, nesta terça-feira, 14 de julho, o referido membro proceder a entrega da manifestação sobre o caso”, prometeu o órgão.
Em nota, a defesa de Sarí comentou que o protesto foi “legítimo e democrático, mas nós acreditamos que o Ministério Público não se pautará pelo clamor popular e sim pela técnica. Grandes juristas, tal como o professor Cláudio Brandão e o criminalista Bóris Trindade, já se pronunciaram sobre o caso explicando o porquê não existir crime. Trata-se de uma tragédia. E a defesa entende a dor de dona Mirtes, é solidária a toda família de Miguel, mas permanece aguardando a manifestação do MP”.
Fonte: Diário de Pernambuco
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