Hospitais de Manaus ficam sem oxigênio e registros de desespero tomam as redes
- Oxente PB
- 14 de jan. de 2021
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Cemitérios ficaram lotados nesta quinta-feira em Manaus, e governo decretou toque de recolher para tentar conter o vírus

Foto: Reprodução/internet
Por conta do aumento de casos de Covid-19, o estado de Manaus vive uma situação dramática com inúmeros pacientes morrendo asfixiados pela falta de oxigênio nos hospitais. Alguns médicos que trabalham na capital amazonense tiveram que ventilar manualmente pacientes em estado mais crítico nas UTIs.
Além do aumento de internações por covid-19, a principal empresa que fornece o insumo está com dificuldades de produção. O governo do estado está recebendo oxigênio de outros estados em aviões da Força Aérea Brasileira.
Em vídeo divulgado pelo Portal Único, o médico e presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Viana, descreve a situação nos hospitais de Manaus e pede uma ação das autoridades para restabelecer, de forma imediata, o abastecimento na região.
"Vários hospitais já estão com falta de oxigênio e pacientes que necessitam do oxigênio estão sendo 'ambuzados' (prática médica que usa um animador manual para simular uma respiração mecânica), mantidos vivos pelo esforço dos profissionais médicos, técnicos e enfermeiros", disse Viana.
O médico ainda ressalta que a situação já era prevista para acontecer na cidade e solicita ajuda de outras regiões. "Transportar oxigênio de outros estados, em caráter de guerra, é uma necessidade para salvar vidas", solicitou.
Desde a última sexta-feira, uma força-tarefa das Forças Armadas teve início para levar 386 cilindros de oxigênio à capital do Amazonas em caráter de urgência. Nesta quarta-feira (13/1), mais seis unidades foram entregues pela manhã, em operação que deve durar até o domingo (17/1). O grande problema é que o volume médio do recurso aumentou onze vezes recentemente, chegando próximo da casa dos 70 mil metros cúbicos, demandando uma operação complexa de reposição.
Em nota divulgada na última terça-feira (12/1), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), se solidariza com os profissionais de saúde que estão na linha de frente do enfrentamento à covid-19 e denuncia a negligência e omissão de instituições e de governantes. "Denunciar a gravíssima omissão institucional das autoridades no âmbito federal, estadual e municipal que, mesmo dispondo de meios e poder, negligenciam, de forma criminosa e injustificável, sua obrigação de garantir a população o direito constitucional à saúde e integridade da vida", dizia a nota.
Ela ainda responsabiliza o presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), pela situação de caos instalada no país frente a pandemia do novo coronavírus. "Responsabilizar o Estado brasileiro, na pessoa de seu governante maior, por negligenciar e sabotar as medidas sanitárias preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para conter a tragédia humana e social da pandemia em curso, cujos efeitos mais devastadores se dão entre os socialmente mais vulneráveis: povos indígenas, população negra e classe trabalhadora, de modo especial os trabalhadores desempregados e os que sobrevivem da informalidade", informava o documento.
Fonte: Correio Braziliense
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