O encarceramento penitenciário alimentado pelo sistema, segundo o advogado Ricardo Wagner
- Oxente PB
- 8 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
O criminalista também comentou da verba destinada aos presos da Paraíba

O especialista em direito criminal, o advogado Ricardo Wagner, esteve nesta sexta-feira (08), na Rádio Shallon, abordando o tema do superencarceramento prisional.
O jurista ressaltou que o maior número de pessoas encarceradas, são negros, pobres e que cometeram crimes de drogas, que são crimes que não guardam qualquer violência ou grave ameaça. Para esses crimes, defendeu uma política de desencarcerização, dando a possibilidade do juiz aplicar medidas sancionadoras diversas da prisão, a exemplo de: as penas restritivas de direito, multas, monitoramento eletrônico e prisão domiciliar.
Disse ainda, "não haver uma política de ressocialização na prática, o que torna os presos vulneráveis a reincidência. A pessoa é presa, tem uma pena estendida pelo simples fato de consumir ou revender em pequenas quantidades de drogas, e termina aprendendo coisas muitos piores lá dentro”.
Um dos dados abordados foi que o Brasil tem 200.581 mil presos por causa de drogas, o que significa 32 % do encarceramento do Brasil é por esse crime, e mostra que a política criminal é uma máquina de encarceramento, estimulada por uma sociedade que decide repudiar, sem nem refletir como o sistema fomenta e aparelha a desigualdade.
Sobre os problemas sociais do Brasil, o maior responsável pela criminalidade, o advogado foi questionado se há uma falta de entendimento da população sobre os problemas sociais ou se é ignorância da classe média que adoro o discurso de que "bandido bom é bandido morto", Ricardo Wagner não excitou em dizer: “Fico com a segunda opção, a ignorância da classe média”.
No combate a pandemia, o entrevistado comentou que a Paraíba quase não recebeu verba federal, o que tornou os cuidados com a doença ainda mais precários dentro do sistema penitenciário. Disse também que os testes na Paraíba estão acontecendo rotineiramente.
Mencionou também que, segundo dados do Conselho Nacional Justiça, em relatório quinzenal sobre o Covid dentro das Penitenciárias, mais 51.000 mil casos, entre presos e servidores, com 129 óbitos entre os detentos e 96 entre servidores.
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